quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A mulher + O corrimão + A pretensão masculina

Hoje, cada um fica (entenda-se fica, como beija, abraça, flerta, transa) com quem quer. Pois bem, isso é um fato.
Mas outro fato é a lembrança imortal da limitação de relacionamentos das mulheres.
Era uma vez, um machista sem noção que acreditava que a mulher deveria ter um só homem em sua vida, bem como guardar sua santissíma virgindade para o sagrado matrimônio. E esse machista decidiu contar para todos os seus amiguinhos influenciáveis, seu conceito.
Alguns anos passaram, e as mulheres cansadas de serem tratadas como seres poucos desenvolvidos e limitados em todos os aspectos, ou seja, somente mães e donas de casa sem poder de desenvolvimento; queimaram sutiãs e liberaram suas almas, de forma que aos poucos, em um processo quase que homeopático, conquistaram maior liberdade.
Em 2008, as mulheres estudam, trabalham, são donas de casa, mães, tudo ao mesmo tempo, e como se não bastasse, algumas consideráveis vezes ganham mais que seus respectivos conjugês.
No entanto, algumas coisas nunca mudam. Mesmo depois de conquistar todas essas coisas, a mulher ainda não tem autonomia (não sem ser julgada) de se relacionar com quem ou com quantos quiser.
Desde a idade da pedra os homens/ meninos são incentivados a conquistar o maior número de corações possíveis (de quem foi essa idéia?!). Fato que poderia ser relevado, se não nos atingisse tão negativamente.
Além da consequência direta de muitas vezes sermos usadas pelo suposto garanhão, quando a situação é inversa, logo, a mulher passa por algumas mãos, o conceito de garanhão se dissipa e se transforma em outro adjetivo que provoca rima, esse: corrimão.
Corrimão significa nesse contexto, onde todo mundo passa a mão. Mas tal adjetivo é tão machista que nem sendo escolha da mulher passar por quantos homens quiser, o crédito continua sendo delEs.
Quer dizer que a mulher pode sair de noite, flertar com quantos homens quiser, os mais atraentes, beijar 3 eleitos e ainda assim ganhar fama de corrimão, sendo que ela foi quem se aproveitou da situação.
Numa roda de cinco homens, se a mulher beijou dois deles, há risco de os engraçados passarem a bola de um para outro como tivessem esse direito e como se ainda interessasse à mulher qualquer um dos dois.
Por isso a novidade é que a mulher tem direito de ficar com quem quiser e com quantos quiser, sem merecer ser chamada de vagabunda. O que seria do ser humano, sem o poder de escolha?!
Porque no fundo qualquer tipo de envolvimento por parte da mulher é na esperança de algo mais significativo (exclua as vagabundas), e não pode ser julgado como imoral.
Pular de galho em galho em ambos os sexos, representa insatisfação não só com o companheiro do momento, como insatisfação consigo próprio. Mudar, variar, pode ajudar a definir quem nós somos e o que esperamos do próximo.
E um dia, entre essas variações, por acaso achamos quem e o que estávamos procurando.
Agora, por último, e não menos importante: Me chame de corrimão, mas quem passa a mão, sou EU.